Guia completo de investimentos para iniciantes. Confira tudo que você precisa saber para mergulhar no mundo dos investimentos com segurança.
Mercado Financeiro de forma simplificada
Quem já refletiu sobre o seu futuro financeiro, certamente pensou sobre como começar a investir. A expressão talvez soe como uma possibilidade distante para muitas pessoas. Mas a verdade é que existem muitas formas de investir – das mais acessíveis às mais sofisticadas.
Se lhe falta segurança sobre como começar a investir, o Plano Notícias explicará os conceitos básicos do mercado financeiro e dos investimentos, de um jeito direto e descomplicado. Confira!
Quebrando Mitos sobre Investimentos
Inicialmente, algumas crenças tidas como verdades absolutas precisam ser desmistificadas. Por exemplo, é frequentemente pensado que investir é uma atividade exclusiva para milionários, demandando grandes quantias iniciais. No entanto, a verdade é o oposto: através de aportes pequenos e regulares, a riqueza é gradualmente construída ao longo do tempo.
Alternativas de investimento para todas as capacidades financeiras, níveis de conhecimento e disponibilidade de tempo para dedicação são encontradas.
Investindo com Pouco: Opções Acessíveis
Na renda fixa, títulos públicos federais, negociados via Tesouro Direto, são acessíveis com valores bastante reduzidos. É possível iniciar aplicações no sistema a partir de R$ 30 – um valor comparável ao de uma pizza.
Para aqueles que já acumularam um montante um pouco maior, os mesmos R$ 30 ou mais podem ser investidos em CDBs – instrumentos comuns no setor bancário – com investimentos iniciais de R$ 500 ou menos.
O Poder dos Pequenos Inícios e dos Juros Compostos
Mas o início com quantias tão modestas realmente compensa? A resposta afirmativa é dada. Considere-se um CDB, por exemplo. A rentabilidade desse tipo de aplicação segue a lógica dos juros compostos.
Significa que os retornos obtidos ao longo do tempo são incorporados ao patrimônio do investidor, passando também a gerar juros.
Por exemplo, em um CDB com juros de 5%, um investimento de R$ 1.000 resultará em R$ 1.050 ao final do primeiro ano – e os 5% do ano seguinte serão calculados sobre esse novo valor, e não apenas sobre os R$ 1.000 iniciais. Dessa forma, os ganhos são exponenciais, e não lineares. E não somente na renda fixa existem opções para valores menores. Na renda variável, essa possibilidade também é encontrada. Alguns fundos de investimento exigem aplicações iniciais a partir de R$ 500.
Para aqueles com familiaridade com a bolsa de valores, aportes de valores baixos em ações são possíveis através do mercado fracionário. Nesse ambiente de negociação, os papéis são vendidos individualmente, em quantidades inferiores a um lote padrão, que geralmente consiste em 100 ações.
O Momento de Começar é Agora
A mensagem que se busca transmitir é clara: que tal iniciar os investimentos mesmo com um valor reduzido, através de um produto que permita aportes menores, em vez de aguardar a acumulação de uma quantia maior para dar o primeiro passo? O início precoce é importante, pois os rendimentos são acumulados, gerando ganhos ainda maiores no futuro.
Vale a pena investir endividado?
A questão sobre a validade de investir estando endividado é levantada por aqueles que iniciam a organização de suas finanças e ainda possuem débitos pendentes, mas desejam começar a investir. Essa dúvida é pertinente.
A resposta reside em uma análise comparativa entre o potencial de ganho de um investimento e o custo dos juros de uma dívida não liquidada. A maioria das linhas de crédito mais acessíveis impõe taxas elevadas – como o cheque especial ou o crédito pessoal para consumo. Em geral, a quitação dessas dívidas o mais rápido possível é recomendada, devido ao seu alto custo financeiro.
Por outro lado, é importante reconhecer que nem toda dívida é financeiramente prejudicial. Refere-se aqui ao “endividamento saudável”, caracterizado por um custo financeiro menor, prestações adequadas ao orçamento e um propósito de construção de patrimônio – como o financiamento de um veículo ou de um imóvel. Em tais circunstâncias, investir não só é permitido como também aconselhável, pois a formação de uma reserva de emergência possibilita enfrentar imprevistos financeiros sem a necessidade de recorrer a dívidas mais onerosas.
A reserva de emergência é, fundamentalmente, o primeiro passo a ser dado por quem inicia sua jornada no mundo dos investimentos.
Nesse contexto, alguns conceitos básicos precisam ser compreendidos para que uma operação mais segura nesse ambiente seja possível. Os principais deles serão apresentados a seguir:
Cinco conceitos básicos que todo investidor precisa conhecer
Liquidez
É o nível de facilidade (ou dificuldade) com que um investimento pode ser resgatado ou transferido é representado pela liquidez. Aplicações de baixa liquidez são negociadas por um número menor de investidores ou em intervalos de tempo maiores, o que pode torná-las menos atrativas. Esse costuma ser o caso de debêntures ou outras opções mais complexas de renda fixa. Em contraste, investimentos de alta liquidez possuem um volume elevado de operações. Algumas Ações, por exemplo, são consideradas de alta liquidez, o que representa um ponto positivo para esses ativos.
Risco
Nos investimentos, o conceito de risco guarda similaridade com sua acepção geral. Ele representa a probabilidade de um evento ocorrer de forma diversa do previsto ou em desacordo com os interesses das partes envolvidas. Em termos práticos, consiste na possibilidade de que um fator qualquer impacte os resultados das aplicações financeiras.
Retorno
O ganho obtido pelo investidor através de uma aplicação financeira é denominado retorno. Quando expresso em forma percentual, o retorno é chamado de rentabilidade. Dessa forma, uma rentabilidade de 10% ao ano equivale a um retorno de 10% sobre o valor inicialmente aplicado, auferido durante o período de um ano.
Diversificação
Uma estratégia de investimento amplamente utilizada no mercado consiste na alocação de recursos em diferentes produtos. Essa prática visa a redução de riscos, e sua eficácia reside no comportamento distinto de diferentes tipos de investimentos. Por exemplo, enquanto um ativo pode apresentar queda, outros podem registrar valorização. Tal fenômeno ocorre devido ao fato de que eventos que beneficiam um determinado setor econômico podem ser desfavoráveis a outro. Considere-se o câmbio. A valorização do dólar impacta positivamente os exportadores, podendo estimular a elevação das ações dessas empresas. Em contrapartida, companhias dependentes de insumos importados tendem a ser prejudicadas pela mesma situação. Um investidor que tivesse concentrado todos os seus recursos nessas últimas poderia incorrer em perdas. No entanto, caso seu portfólio tivesse sido diversificado entre os dois tipos de negócios, maior proteção teria sido alcançada.
Relação entre risco e retorno
Uma expectativa de retorno distinta está inerente a cada investimento. Qual a razão para tal disparidade? Dentre outros fatores, a relação entre risco e retorno é um elemento determinante. De modo geral, quanto maior o risco associado a um investimento, maior o retorno esperado desse investimento. Analogamente, investimentos com menor risco tendem a apresentar uma expectativa de retorno inferior.
O mercado de ações pode ser comparado aos investimentos de renda fixa. Um retorno mais elevado pode ser obtido através das ações; contudo, o risco inerente a essa alternativa também é superior ao das aplicações de renda fixa.
Tipos de investimentos
No mercado financeiro, uma variedade de ativos está disponível. Cada um possui características específicas para atender aos mais diversos objetivos. A maioria desses ativos é classificada como investimentos de renda fixa e renda variável.
Renda Fixa
Denominam-se renda fixa os investimentos cuja forma de cálculo da remuneração é estabelecida desde o instante da aplicação. Ao investir em um título dessa natureza, o investidor, na prática, concede um “empréstimo” ao emissor – que pode ser o governo (no caso de um título público) ou empresas (como em uma debênture, por exemplo).
A expectativa do investidor consiste em receber, em um momento futuro, o montante aplicado acrescido de juros. Todas as condições são previamente acordadas antes da efetivação do investimento.
No âmbito da renda fixa, as melhores opções de investimento para aqueles que estão começando podem ser encontradas.
Renda Variável
Em contraposição à renda fixa, o retorno da renda variável não pode ser previsto no momento do investimento, uma vez que a remuneração dessa categoria flutua de acordo com as condições de mercado.
Por exemplo, ao adquirir ações, o investidor tem ciência de que lucrará com a valorização dos papéis, mas a magnitude dessa variação permanece incerta. De fato, a garantia de ganhos é inexistente, haja vista a possibilidade de desvalorização dos papéis durante o período.
Consequentemente, com exceção dos fundos DI (que geralmente são destinados à reserva de emergência), os investimentos de renda variável apresentam maior risco e, usualmente, não são recomendados para investidores iniciantes.
Comece a investir: todo passo a passo
1. Estabeleça os seus objetivos – Qual a motivação por trás da sua poupança? Caso a intenção seja a troca de veículo ao final do ano, uma estratégia se configura. Se o objetivo reside na aquisição de um imóvel em um futuro próximo, outra abordagem se delineia. Já se o anseio é garantir uma aposentadoria confortável, especificidades distintas se apresentam. E para cada uma dessas situações, um método de investimento mais adequado (ou menos apropriado) existe.
Nota-se que cada um dos objetivos supracitados possui um prazo de concretização diferente. De maneira similar, os investimentos necessários para alcançar cada um deles também variam. Em geral, os investimentos são categorizados em três horizontes temporais, a saber:
Investimento de curto prazo – Trata-se daqueles investimentos com prazo de até um ano. Para essas situações, aplicações com liquidez diária são geralmente recomendadas – especialmente no contexto da reserva de emergência, onde os recursos precisam estar imediatamente acessíveis na conta.
Investimento de médio prazo – Referem-se àqueles investimentos cujo prazo de duração varia de um a cinco anos. Nesses casos, não há impedimento para que ao menos uma parcela desse investimento esteja alocada em produtos de risco moderado, com certa volatilidade, ou que não possuam liquidez diária. Isso se justifica pelo fato de que se espera que o investidor disponha de um período razoável para acessar essa reserva.
Investimento de longo prazo – Assim são denominadas as aplicações com prazo que excede cinco anos. Nesse cenário, caso seja da preferência do investidor, a alocação em ativos de maior prazo e com maior volatilidade é possível, o que implica um risco de mercado mais elevado (e, concomitantemente, um potencial de ganho superior).
2. Estabeleça um valor que será investido mensalmente e ajuste ao seu orçamento
A recomendação de que é necessário pagar a si próprio primeiro talvez já tenha sido ouvida. Se o objetivo é investir, essa afirmação se torna ainda mais pertinente. Após o estabelecimento de um orçamento e a contabilização do montante disponível para aplicação em produtos financeiros, é importante considerar esse valor como um “custo” em sua planilha mensal de gastos. Esse valor deve ser separado assim que a renda for recebida e direcionado para o investimento de sua preferência.
Caso essa prática não seja adotada, e a aplicação seja postergada para o montante remanescente na conta ao final do mês, o risco de não investir nada se concretiza. Despesas inesperadas frequentemente consomem parte dos valores disponíveis, resultando na falta de recursos para o que é mais crucial – a preservação do patrimônio e a multiplicação da riqueza. Consequentemente, pagar a si mesmo em primeiro lugar configura-se como uma necessidade concreta.
Descubra o seu perfil de investidor
É bem comum que os investidores sejam em sua maioria, classificados como conservadores, moderados ou agressivos.
Não se implica que os investidores possuam um perfil imutável. Afinal, objetivos, situação financeira e nível de conhecimento sofrem alterações ao longo da vida. Um investidor moderado na juventude pode tornar-se conservador na velhice. Ou alguém que inicie com um perfil conservador pode evoluir para um perfil agressivo à medida que se familiariza com o funcionamento do mercado. O crucial é ter clareza da própria tolerância ao risco em cada etapa, para que os investimentos mais adequados sejam realizados em momento oportuno. A seguir um breve resumo sobre os três perfis:
Conservadores: Investidores com baixa tolerância ao risco e prioridade em investimentos com liquidez são assim classificados.
Moderados: A proteção do capital a longo prazo é buscada por esses investidores, que geralmente demonstram maior disposição em alocar parte dos recursos em produtos com certo nível de risco.
Agressivos: A tolerância ao risco e a aceitação da possibilidade de perdas em alguns momentos são características desses investidores, desde que isso represente a oportunidade de obter retornos mais elevados.
Estude sobre investimentos, monte, uma carteira baseada nos objetivos e em seu perfil.
Com base nas descobertas sobre si mesmo, as aplicações adequadas ao seu caso poderão ser definidas. Essa etapa é crucial, dada a vasta gama de produtos financeiros existentes, cada um apropriado para uma situação específica.
A importância de estabelecer uma carteira de investimentos diversificada deve ser lembrada, pois essa prática auxilia na mitigação dos riscos das aplicações. O acompanhamento das mudanças no cenário econômico e do mercado financeiro também é relevante, uma vez que elas podem influenciar as decisões de investimento. O rebalanceamento da carteira é uma prática que deve ser realizada com certa frequência – geralmente, uma ou duas vezes ao ano são suficientes.
Abra uma conta em uma corretora ou num banco digital
Para iniciar seus investimentos, a abertura de uma conta em uma corretora de valores ou em um banco digital é um passo fundamental. Essas instituições oferecem acesso à variedade de produtos financeiros disponíveis no mercado.
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